
Nota: 5/5 + ❤️ Editora: Darkside
Páginas: 624
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"Wollstonecraft e Shelley resistiram à pobreza, ao ódio, à solidão e ao exílio, bem como ao desrespeito da vida cotidiana - aos insultos e à fofoca, aos silêncios e às pessoas que lhes davam as costas -, a fim de escrever palavras que não deveriam escrever e levar vidas que não deveriam ter. O que as sustentava era sonhar com o dia em que, muito depois de sua morte, seus leitores concordariam com suas ideias: que as mulheres são iguais aos homens; que todas as pessoas merecem os mesmos direitos; que a razão humana e a capacidade de amar podem melhorar o mundo; que os grandes inimigos da felicidade são a ignorância, a pobreza, a crueldade e a tirania; e que toda pessoa tem direito à justiça e à liberdade. E particularmente à última. Para mãe e filha, a liberdade era o mais importante, a chave que abriria os portões da mudança." - P. 18/19

Escrito pela poeta e biógrafa Charlotte Gordon, essa biografia intercala as vidas de mãe e filha - Mary Wollstonecraft (autora de Reivindicação dos Direitos das Mulheres) e Mary Shelley (autora de Frankenstein). Acompanhamos desde a infância das duas, suas dificuldades, os sofrimentos e tragédias, as polêmicas e as lutas pela igualdade.
"As mulheres precisavam ser capazes de se levantar sozinhas. Os homens não deveriam ser vistos como 'salvadores' das mulheres: dar-lhes esse tipo de poder poderia facilmente transformá-los em monstros." - P. 381/382
Mesmo Mary Shelley não tendo convivido com a mãe, que faleceu poucos dias depois do parto, ela teve forte influência, lendo e relendo as obras da mãe. Ambas tiveram que superar tantos obstáculos ao longo da vida, foram na contramão da sociedade, contra as convenções sociais, lutaram para ter o merecido espaço e serem reconhecidas em uma época em que as mulheres eram vistas como inferiores, lutaram com coragem e determinação, deixando um legado memorável.
"Aqueles que são ousados o bastante para estar à frente de sua época e abandonam, pela força de sua própria mente, os preconceitos que a razão do mundo que está amadurecendo repudiará com o tempo, devem aprender a enfrentar a reprovação. Não nos deveríamos preocupar demais em agir de acordo com a opinião dos outros." - P. 432
Também podemos saber mais sobre o casamento de M. Shelley com o poeta Percy Shelley, o círculo de amigos (entre eles o Lord Byron) no momento em que deu origem a Frankenstein.
Achei uma biografia bem rica em conteúdo, com várias imagens, bem completa mesmo, e a edição da Darkside está impecável, digna dessas duas mulheres incríveis. Vale muito a pena conhecer mais sobre elas. Terminei a leitura com uma vontade imensa de ler as obras da Wollstonecraft, que publicou o primeiro documento considerado a origem do feminismo!! E quanto a Shelley, quero muito ler as outras obras dela, e se você ainda não leu Frankenstein, não perca tempo, é fantástico!!
Recomendo muito essa biografia!!
"A lembrança da minha mãe sempre foi o orgulho e a alegria da minha vida" - Mary Shelley
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