Nota: 4/5 Editora: Darkside
Páginas: 304
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"Aqueles eram dias muito estranhos. Nunca sabíamos onde os pássaros seriam vistos de novo, tampouco em que quantidade." - P. 91
Os Pássaros foi publicado pela primeira vez em 1936 e revisado pelo autor em 1964, após o sucesso do filme de Alfred Hitchcock em 1963.
"-Minha esposa, que vem a ser a terceira filha do conde de Chipley-on-Wye, desapareceu inexplicavelmente, sob condições muito estranhas." - P. 22
O livro se inicia com um senhor prestes a completar 85 anos, que começa a contar à sua filha, Anna, sobre a chegada dos pássaros. Em que em uma Londres do passado, até então normal, as pessoas olham aterrorizadas, onde vários pássaros pretos surgem repentinamente, e estão parados, simplesmente observando sem fazer absolutamente nada. Eles passam a fazer parte do cotidiano e se tornam sombras da população. O que seriam exatamente? Quais as reais intenções dessas aves? Conforme segue as memórias de como viviam antes da chegada dos pássaros e os ataques dos mesmos, temos diversas críticas com relação ao comportamento da sociedade da época, e também os conflitos internos do personagem.
"Foi apenas com a chegada dos pássaros que eu e outros que escaparam da City fomos, por fim, capazes de ver tudo o que é para sempre novo sob o sol; tudo o que vemos diante de nós agora." - P. 114
Confesso que assim como muitos, achei que fosse um livro mais sombrio, que abordasse mais a questão dos ataques dos pássaros. Porém, me surpreendi com algo mais profundo, com um outro significado dos pássaros, embora o autor não deixe explícito o real significado dessas aves, ele deixa que o leitor tire sua conclusão. É uma narrativa lenta, com muitos detalhes, muitas vezes perdemos até o foco, por algumas partes se tornarem cansativas. Mas insistam e leiam até o final, é um livro que vale a pena ser lido.
"Se você tentar matá-lo, vai apenas matar a si mesmo". - P. 225
