
Nota: 4/5 Editora: Zahar
Páginas: 240
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"- Há muitos homens mais monstros que o senhor - disse Bela -, e prefiro o senhor com sua feiura àqueles que, sob a pele humana, escondem um coração falso, corrompido e ingrato." - P. 46

Crescemos assistindo a animação da Disney de A Bela e a Fera, mas poucos conhecem sua história original.
Essa edição contém duas versões dessa história, a versão clássica e mais conhecida de 1756 escrita por Jeanne-Marie Leprince de Beaumont, foi a que inspirou as animações mais conhecidas, no formato de conto de fadas mais voltado ao público infantil, é bem mais curta e direta que a versão original. Já a versão original foi escrita em 1740 por Gabrielle Suzanne Barbot de Villeneuve, e foi particularmente a que eu mais gostei, pela riqueza de detalhes, magia, e por contar mais sobre o passado tanto da Bela quanto da Fera. A história escrita por Madame de Villeneuve, é bem mais longa que a de Madame de Beaumont, sendo considerada um romance, e vai além da questão da Fera transformando em príncipe e da moral que já conhecemos, ela também aponta críticas para os casamentos da época. Se você já assistiu e gostou do filme francês de 2014, provavelmente irá gostar da história de 1740, ele foi inspirado na versão de Villeneuve.
"- Ame quem a ama, não se deixe enganar pelas aparências e liberte-me da prisão." - P. 117
Ambas as histórias partem do mesmo princípio da Bela ser filha de um comerciante e que sacrifica sua vida para salvar a do pai, assim partindo para o castelo da Fera. Mesmo o clássico desenho sendo inspirado na versão mais conhecida, é possível notar algumas diferenças, como o personagem Gaston que nem sequer aparece em nenhuma das versões.
"- Você não deve tomar seus olhos os únicos conselheiros. Deixe -se guiar pela gratidão, como tanto lhe recomendam." - P. 133
A edição da Zahar faz parte da coleção Clássicos Zahar e está impecável, outra coisa que achei muito interessante nesta edição foi com relação à introdução, achei muito bem elaborada, e algo que eu realmente não sabia era que essa história tem uma possível inspiração em fatos verídicos da corte de Henrique II e Catarina de Médici, em que um nobre teria se casado com uma bela jovem, sendo que esse nobre aos olhos dos outros não era considerado totalmente humano.
"É mais vantajoso ter um marido de bom caráter que um cujo único mérito é a estampa bonita. Quantas moças não são obrigadas a desposar Feras ricas, porém mais feras que a Fera, que só o é pelo aspecto, e não pelos sentimentos e ações?" - P. 134
