
Nota: 4/5 Editora: Penguin Companhia
Páginas: 240
Skoob: [Adicione]
"Porque é mil vezes lamentável jamais exprimir o que se sente, pensou [...]" - P. 143

Publicado em 1925, Mrs. Dalloway é um livro complexo e peculiar que conta a história de um único dia na vida de Clarissa Dalloway que daria uma festa à noite desse mesmo dia, algo tão banal e simples, mas é na narrativa profunda em fluxo de consciência que percebemos o porquê é um livro tão aclamado, Virgínia Woolf "passeia" pela mente dos personagens em um nível que sentimos como se estivéssemos dentro de cada um deles e também "viaja" pelo tempo, ora os personagens relembrando do passado e ora no presente. Além de Clarissa e de outros personagens, acompanhamos a história de Septimus Warren Smith, um ex-soldado que voltou da guerra com o psicológico abalado, traumatizado. .
Esse foi meu primeiro contato com a Virgínia Woolf, no início até a metade, confesso que essa forma de narrativa me deixou completamente perdida, não conseguia acompanhar essa troca repentina de "pensamentos" e também por ser um livro direto (sem capítulos), fiquei vagando por entre as páginas pensando: "Que é isso?!" haha. Mas no dia em que estava com um tempo relativamente melhor para dedicar à leitura, consegui me conectar mais com o livro, sem me sentir sufocada. Mrs Dalloway é um livro que requer atenção e dedicação, precisa ser apreciado mais lentamente.
Estive pesquisando um pouco sobre o livro para entender melhor e achei interessante a questão da autora fazer uma crítica à Psiquiatria através de Septimus, com relação aos tratamentos de doenças mentais e depressão, e também por Septimus ser uma referência à própria Woolf que sofreu de depressão. Outro tema abordado por Woolf nesse livro é a bissexualidade que vemos através da própria protagonista ao relembrar de uma amizade antiga. E temos também o paralelo dos personagens de Clarissa e Septimus que eu achei interessante, são personagens que nunca se encontraram, mas que de alguma forma vão ter suas histórias interligadas.
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"Nas pessoas, o esquecimento podia magoar, e a ingratidão ser corrosiva [...]" - P. 167
Não é um clássico para qualquer um, então leia com mais calma e dedicação para que possa ser melhor aproveitado.
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