
Nota: 5/5 + ❤️ Editora: Zahar
Páginas: 480
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"Meus maiores sofrimentos neste mundo foram os sofrimentos de Heathcliff, e observei e senti cada um deles desde o início; o maior pensamento que tenho na vida é ele. Se tudo mais perecesse e ele permanecesse, eu continuaria a existir; e se tudo mais permanecesse e ele fosse aniquilado, o universo passaria a ser estranho, eu não mais faria parte dele." - P. 121

Em primeiro lugar, essa não é uma linda história amor; Segundo, Emily conseguiu trazer personagens tão intensos, com diversos defeitos dentre eles o ciúmes, preconceito, egoísmo e vingança, boa parte deles com uma relação doentia e prejudicial, então o leitor acaba não se afeiçoando a nenhum personagem, mas é possível entendê-los por agirem de tal forma mesmo sem aprovar algumas atitudes como por exemplo as de Heathcliff.
"[...] e sabe, Catherine, que esquecê-la seria o mesmo que esquecer minha própria existência! Não é bastante para o seu egoísmo infernal o fato de que quando estiver em paz eu vou estar me contorcendo nós tormentos do inferno?" - P. 229
A história começa na Inglaterra em 1801 sendo narrada pelo sr. Lockwood, o novo inquilino de Grange (vizinho de Wuthering Heights), a narrativa dele acaba sendo meio confusa até por não estar de total conhecimento das pessoas que vivem lá, mas em seguida o narrador se altera e passa a ser através da sra. Dean (Nelly), então a história engrena de tal forma que é impossível querer largar, e é aí que conhecemos detalhadamente todos os personagens.
Nelly conta à Lockwood desde o tempo em que ela trabalhava na casa do Sr. Earnshaw chamada de Wuthering Heights, quando em uma viagem de seu patrão ele encontrou um menino abandonado, como ele era um bom homem, resolveu levá-lo consigo para casa, assim o batizou de Heathcliff. O sr. Earnshaw tinha dois filhos, Catherine (Cathy) e Hindley; a menina por sua vez em pouco tempo se afeiçoou ao recém chegado, já Hindley passou a se sentir deixado de lado pelo pai, assim nutrindo um extremo ciúmes de Heathcliff e que foi se tornando um ódio mais profundo com o passar dos anos. Também é possível saber um pouco sobre a aparência de Heathcliff que era constantemente alvo de preconceito por ter pele e olhos mais escuros, então o leitor se sensibiliza com os sofrimentos dele, porém isso não dura muito pois Heathcliff vai mostrando aos poucos seu lado sombrio.
Quando o sr. Earnshaw falece, Heathcliff passa a ser mais hostilizado por Hindley, tratado como funcionário e não mais como membro da família. Mas o pior para ele era ver sua relação com Cathy sendo ameaçada quando ela se aproxima de seus ricos vizinhos, os Linton e assim Edgar Linton começa a ganhar espaço e se tornar um rival à Heathcliff. O amor de Cathy e Heathcliff é extremamente intenso, porém doentio e obsessivo. Cathy vê em Edgar uma oportunidade, assim ela acaba se casando por interesse o que abala completamente Heathcliff, a partir desse momento seu único desejo passa a ser a vingança com todos da família Earnshaw e Linton, e essa mesma vingança e obsessão acabam o consumindo.
"[...] Fique comigo sempre, assuma a forma que quiser, faça-me enlouquecer! Só não me deixe neste abismo onde não posso encontrá-la! Ah, meu Deus! É indizível! Não posso viver sem a minha vida! Não posso viver sem a minha alma!" - P. 239/240
Já queria ler O Morro dos Ventos Uivantes há muito tempo e esse ano ele estava entre as leituras do clube da @dra.book. Esse é um livro que desperta tantas emoções que na verdade não sei exatamente como descrever. A escrita da Emily Brontë é fascinante e tem um "quê" sombrio que eu gostei; ela conseguiu trazer uma história com personagens terríveis e desagradáveis, mas ao mesmo tempo que detestamos cada um deles, amamos a história, chega a ser irônico essa contradição, mas amei demais esse livro e virou meu clássico favorito! Super indico!!
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